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O governo do Reino Unido anunciou, na última quarta-feira (12), um investimento de £86 bilhões, cerca de R$ 645 bilhões, em ciência, tecnologia e inovação até 2029.
O pacote faz parte da Revisão de Gastos (Spending Review) e pretende alavancar os setores de maior crescimento no país, como inteligência artificial, ciências da vida, semicondutores e defesa.
A meta é posicionar o país na vanguarda tecnológica global, com foco na criação de empregos qualificados, crescimento econômico e renovação da estratégia industrial nacional.
O programa prevê recursos de até £22,5 bilhões anuais (R$ 168 bilhões), com parte direcionada a regiões fora dos grandes centros urbanos, para criação de polos regionais de inovação e maior participação local nas decisões sobre pesquisa e desenvolvimento.
A Ministra das Finanças, Rachel Reeves, afirmou que a estratégia busca “criar empregos, proteger a segurança contra ameaças estrangeiras e melhorar a vida das famílias trabalhadoras”.
O plano detalha como os investimentos devem gerar impactos concretos nas áreas da saúde, segurança e economia, com novos centros de tecnologia em cidades como Manchester, Liverpool e Belfast.
Em contraste, o Brasil destinou R$ 12,3 bilhões ao setor de ciência, tecnologia e inovação em 2024, segundo o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI).
O valor representa o maior orçamento da pasta em uma década, mas equivale a apenas 1,9% do total previsto pelo Reino Unido para os próximos cinco anos. A disparidade ressalta os desafios enfrentados pelo país para competir globalmente em áreas estratégicas como inteligência artificial, inovação industrial e biotecnologia.
O pacote britânico ainda contempla parcerias como a firmada entre Manchester e Cambridge, com quase £5 bilhões (R$ 37,5 bilhões), para integrar universidades, empresas e governos locais em modelos de inovação compartilhada.
Outras iniciativas incluem o uso de IA para melhorar o sistema ferroviário e novas plataformas de diagnóstico de doenças crônicas.
O secretário de Ciência e Tecnologia do Reino Unido, Peter Kyle, ressaltou que “pesquisa e desenvolvimento são a base dos avanços que tornam nossas vidas mais fáceis e saudáveis”, e que “capacitar as regiões para aproveitar a expertise local está no centro deste novo financiamento”.
O anúncio ocorre às vésperas da London Tech Week, principal evento de tecnologia do Reino Unido, e consolida o compromisso do governo britânico em recuperar protagonismo científico e atrair investimentos privados em áreas estratégicas.
Estima-se que, a cada libra investida em P&D, possam ser gerados até £7 em retorno econômico, além de triplicar a capacidade de criação de empregos qualificados no setor.
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