Apesar de a utilização do Windows parecer óbvia para a maioria dos utilizadores, a verdade é que nem todos fazem questão de utilizá-lo e, na verdade, o sucesso do software deve-se a uma construção comercial muito bem erguida pela Microsoft. Lembra-se quando, em 1999, um grupo de utilizadores do Linux protestou contra o Windows instalado nos seus PC?
Continua após a publicidade
Há pouco mais de 26 anos, um grupo de entusiastas do software livre decidiu protestar à porta da Microsoft relativamente a uma cláusula estabelecida pelo Contrato de Licença do Utilizador Final (em inglês, End-user License Agreement, ou EULA).
Esta permitia ao cliente recusar o software e solicitar um reembolso à fabricante - um direito que raramente era respeitado e quase nunca resultava em devoluções de valor.
Na altura, comprar um computador novo implicava, normalmente, adquirir o Windows, sendo comum incluir o sistema operativo da Microsoft nos PC vendidos por fabricantes como IBM e HP.
Apesar de isto não representar um problema para a maioria dos utilizadores, para os adeptos do software livre era inaceitável. De tal forma que um grupo de críticos decidiu protestar à porta da Microsoft e exigir um reembolso pelo Windows que a Microsoft os forçou a ter.
Entusiastas do software livre uniram-se contra as práticas comerciais
Inspirado pelo caso de Geoffrey Bennett, um programador australiano e utilizador de Linux que, após meses de negociações, conseguiu receber um reembolso de 110 dólares australianos da Toshiba por uma cópia do Windows que nunca utilizou, o evento de 1999 ficou conhecido como Windows Refund Day.
Continua após a publicidade
No dia 15 de fevereiro de 1999, centenas de participantes em diferentes partes do mundo organizaram manifestações, sendo a mais emblemática a que ocorreu em frente às instalações da Microsoft, em Foster City, na Califórnia.
Muitos levavam consigo o CD do Windows ainda selados, cartazes com frases provocatórias e até mascotes do Linux. Apesar de se tratar de um protesto, o ambiente manteve-se pacífico.
A Microsoft respondeu com cortesia, oferecendo bebidas aos manifestantes e reafirmando que os pedidos de reembolso deveriam ser feitos diretamente às fabricantes de hardware.
Embora nenhum participante tenha recebido efetivamente o reembolso no próprio dia, o Windows Refund Day serviu como evento de sensibilização, focando as limitações na escolha de sistemas operativos, questionando as práticas comerciais consolidadas e reforçando a ideia de que os consumidores devem ter liberdade para decidir que software desejam utilizar.
Apesar de não ter provocado mudanças imediatas, o episódio entrou para a história do movimento do software livre como um exemplo de mobilização coletiva em defesa da liberdade de escolha e da transparência no mercado tecnológico.
Veja mais Notícias sobre o Linux
Publicidade