''Temos que falar em bilhões, não em milhões', diz Denis Minev sobre bioeconomia - Sem Enrolação

”Temos que falar em bilhões, não em milhões’, diz Denis Minev sobre bioeconomia

''Temos que falar em bilhões, não em milhões', diz Denis Minev sobre bioeconomia

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Durante o PPBio Day, realizado na manhã desta sexta-feira (17/10) na sede da Suframa, o empresário Denis Minev, CEO do grupo Bemol e enviado especial à COP30 para representar o setor privado amazônico, defendeu a bioeconomia como caminho estratégico para conciliar desenvolvimento e conservação na Amazônia.

Em sua palestra, ele organizou a reflexão em quatro eixos: solo, conhecimento, logística e cidades amazônicas.

“A Bemol é focada em varejo e serviços financeiros, mas temos investimentos em bioeconomia, como sistemas agroflorestais, que combinam armazenamento de carbono, produção de alimentos e geração de renda. É uma boa oportunidade empresarial para o futuro da Amazônia”, afirmou Minev.

Ele destacou que o uso de terras degradadas pode gerar empregos e produtividade.

“A Amazônia tem cerca de 90 milhões de hectares desmatados, sendo 70 milhões mal utilizados. Só com o cacau, por exemplo, poderíamos transformar 250 mil hectares e gerar bilhões em receita, com empregos melhores e mais próximos da floresta.”

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Ao abordar o eixo do conhecimento, Minev afirmou que o desenvolvimento amazônico depende da ciência. “As economias modernas são economias do conhecimento. O PPBio [Programa Prioritário de Bioeconomia (PPBio)] tem papel essencial em articular pesquisa aplicada à biodiversidade. A Amazônia pode gerar soluções de alto valor, mas para isso precisa de cérebros, investimento em ciência e tecnologia.”

O empresário também destacou a logística como o maior obstáculo. “A logística é o principal motivo que nos torna frágeis. Tudo aqui é caro e difícil de fazer chegar. É por isso que, na Bemol, nos orgulhamos de vencer temporariamente gigantes do e-commerce, mas isso mostra como é complicado operar na região.”

Sobre as cidades amazônicas, Minev foi direto: “Temos algumas das piores cidades do Brasil. Como desenvolver uma bioeconomia se engenheiros, agrônomos e médicos não querem morar em lugares sem saneamento, energia ou conectividade? Internet e ar-condicionado deveriam ser considerados direitos básicos na Amazônia.”

Ao tratar da dimensão global, ele afirmou que a Amazônia deve ser reconhecida como credora ambiental do mundo. “Não existe outro lugar que tenha 80% de suas florestas originais preservadas. Nenhuma Suécia, nenhum Estados Unidos, nenhuma França. Mas o mundo ainda não reconhece isso. Somos as estrelas do rock ambientais, mas os piores indicadores sociais e econômicos do país.”

Minev avaliou que o financiamento climático e os mecanismos de carbono podem impulsionar a bioeconomia, mas lamentou o baixo volume de investimentos.

“O PPBio é uma iniciativa louvável, mas ainda pequena. Precisamos falar em bilhões, não em milhões. Se quisermos transformar a economia da Amazônia, é preciso escala e cooperação global.”

Ao encerrar a palestra, o empresário reforçou que o desenvolvimento da região precisa superar os modelos tradicionais baseados na destruição.

“O que espero da COP30 é uma ajuda global para que a Amazônia dê um salto e encontre um caminho próprio. Temos talento, biodiversidade e potencial. Falta vontade de transformar isso em prosperidade para quem vive aqui.”

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