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Em entrevista ao RealTime1, o diretor do Departamento de Patrimônio Genético e Cadeias Produtivas dos Biomas e Amazônia do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), Rafael de Sá Marques, afirmou que o governo federal alterou o paradigma de atuação na Amazônia ao priorizar o desenvolvimento produtivo local e o fortalecimento de cadeias de bioindústria e bionegócios.
A entrevista foi concedida durante a inauguração da Unidade Norte do Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI), instalada no Centro de Bionegócios da Amazônia (CBA), em Manaus.
O evento marcou um novo ciclo de integração entre instituições federais voltadas à bioeconomia, inovação e desenvolvimento industrial na região.
Segundo o diretor, a recriação do MDIC no governo Lula representou uma mudança estrutural na visão sobre a Amazônia. “O presidente orientou o ministério a trabalhar o desenvolvimento da região como prioridade nacional. Não é possível planejar o futuro da Amazônia de longe, sem conhecer suas condições e desafios”, destacou.
Rafael de Sá Marques explicou que o ministério passou a atuar com presença física na região, aproximando instituições federais e agentes de inovação das realidades locais.
O objetivo, disse, é compreender as especificidades sociais e produtivas da Amazônia — que abrange cerca de 60% do território brasileiro — para construir políticas industriais adequadas ao território.
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Ao comentar a mudança de nomenclatura do CBA, que passou de Centro de Biotecnologia da Amazônia a Centro de Bionegócios da Amazônia, ele afirmou que a alteração reflete uma missão mais agregadora.
“O CBA deixa de ser apenas um instituto de ciência e tecnologia para atuar como elo entre recursos, inovação e mercado. O papel é transformar potenciais em negócios sustentáveis”, afirmou.

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Rede de Biorrefino da Amazônia
Marques ressaltou que o MDIC tem participação ativa na elaboração do Plano Nacional de Desenvolvimento da Bioeconomia, que prevê sete missões estratégicas.
Três delas são voltadas à bioindústria e à verticalização da produção brasileira. A intenção, segundo ele, é romper com o modelo de exportação de matéria-prima sem industrialização.
“Queremos industrializar a produção na base, nas cooperativas e comunidades extrativistas, gerando renda e tecnologia aqui”, disse.
Entre as iniciativas, o diretor destacou a criação da Rede de Biorrefino da Amazônia, financiada pelo Fundo Nacional de Ciência e Tecnologia.
O projeto reúne instituições científicas da região para aprimorar processos e desenvolver novas tecnologias de refino de biomassas como cacau, cupuaçu e açaí.
“Produtos que hoje são descartados podem se transformar em novos itens de alto valor agregado”, explicou.
O MDIC também atua em parceria com o INPI para estimular a proteção intelectual e a criação de um hub de inovação no CBA.
A meta é fortalecer o registro de patentes e indicações geográficas na região. “Há um potencial enorme para identificar produtos cuja qualidade esteja ligada a territórios específicos. Isso fortalece a marca regional e gera valor para as cadeias locais”, concluiu.
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