A Apple parece estar a ponderar uma mudança de paradigma na sua estratégia para a inteligência artificial (IA). A gigante de Cupertino estará em negociações com a Google para licenciar o modelo de IA Gemini e, assim, revitalizar o seu assistente virtual, a Siri.
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Apple e Google em negociações para o futuro da Siri
A prometida nova versão da Siri, que se esperava ser mais inteligente e contextual, tem sofrido atrasos enormes. Para contornar este obstáculo, a Apple poderá recorrer a um parceiro inesperado. Segundo o jornalista Mark Gurman, da Bloomberg, a empresa deu início a negociações com a Google para licenciar o seu modelo de IA, o Gemini, e integrá-lo no seu ecossistema.
As informações indicam que foi a própria Apple a iniciar as conversações, que se encontram ainda numa fase preliminar. Apesar de não haver um acordo fechado, esta aproximação sinaliza a urgência da empresa em apresentar novidades robustas no campo da IA generativa.
Fontes próximas do processo sugerem que a Google já estaria a desenvolver uma versão do Gemini otimizada para ser executada nos servidores da Apple, aguardando uma decisão final que deverá ser tomada nas próximas semanas.
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Os desafios internos da Apple no campo da IA generativa
O atraso na evolução da Siri expôs as dificuldades da Apple em acompanhar o ritmo de rivais como a Google, a Microsoft e a OpenAI. O fracasso inicial no desenvolvimento do novo assistente levou a uma reestruturação profunda das equipas responsáveis.
O projeto deixou de estar sob a alçada de John Giannandrea, o chefe de IA da empresa, para passar para a liderança de Mike Rockwell, o executivo responsável pelo bem-sucedido lançamento dos Apple Vision Pro.
Os problemas, no entanto, não se limitam à gestão de projetos. A Apple tem assistido à saída de vários investigadores de topo para empresas concorrentes, como a Meta. O caso mais notório foi o de Ruoming Pang, que liderava a divisão de foundation models.
Fontes internas relatam que o moral das equipas de IA está em baixo, não só pela possibilidade de o seu trabalho ser substituído por tecnologia de terceiros, mas também por decisões internas controversas.
Recentemente, veio a público que Craig Federighi, o responsável máximo pela engenharia de software, terá vetado uma proposta para tornar parte da IA da Apple open-source, temendo que a medida expusesse as limitações de desempenho dos modelos ao serem adaptados para os processadores do iPhone.
Apesar de as conversações com a Google parecerem avançadas, a Apple mantém outras opções em aberto. A empresa também terá mantido contactos com a OpenAI, criadora do ChatGPT, e com a Anthropic, responsável pelo modelo Claude. Naturalmente, a possibilidade de utilizar exclusivamente os seus próprios modelos de IA continua a ser uma hipótese, embora pareça cada vez mais improvável a curto prazo.
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