Ciência brasileira avança na genômica com consórcio que mapeia DNA da biodiversidade - Sem Enrolação

Ciência brasileira avança na genômica com consórcio que mapeia DNA da biodiversidade

Ciência brasileira avança na genômica com consórcio que mapeia DNA da biodiversidade

Continua após a publicidade


O Instituto Tecnológico Vale (ITV) e o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) lançaram novas narrativas visuais que detalham o funcionamento do Consórcio Genômica da Biodiversidade Brasileira (GBB), uma iniciativa que busca desvendar o DNA de espécies da fauna e flora do país.

Coordenado pelas duas instituições, o projeto pretende ampliar o conhecimento científico sobre a biodiversidade e subsidiar políticas públicas voltadas à conservação e à bioeconomia.

O lançamento ocorre em momento estratégico. Em novembro, durante a COP30, em Belém (PA), o governo federal apresentará o Plano Nacional de Desenvolvimento da Bioeconomia (PNDBio).

Os dados produzidos pelo GBB poderão contribuir diretamente para a formulação de ações de proteção ambiental e de uso sustentável dos recursos naturais.

Metas e avanços científicos

O consórcio tem como meta gerar, até 2027, 80 genomas de referência, mil genomas populacionais e 1,6 mil códigos de barras de DNA.

Segundo a equipe do GBB, 28 genomas já foram concluídos, incluindo o do açaí e o mapeamento de 136 espécies de abelhas sem ferrão da Amazônia. O investimento previsto é de R$ 110 milhões.

Estudos em andamento, como o do pirarucu (Arapaima gigas), demonstram o potencial do projeto para impulsionar cadeias produtivas sustentáveis. A pesquisa sobre o peixe, símbolo do manejo comunitário na Amazônia, deve permitir a criação de certificados de origem genética e sistemas de rastreabilidade capazes de valorizar o produto e coibir a pesca ilegal.

genômica,biodiversidade,GBB,ITV,ICMBio,COP30,bioeconomia,pirarucu,DNA ambiental,Amazônia

Continua após a publicidade


“Essas ferramentas podem solucionar gargalos enfrentados pelo manejo do pirarucu, tornando o produto mais valorizado e rastreável”, explica Valdenor Magalhães, mestre em Biologia de Água Doce pelo Instituto Nacional de Pesquisas Amazônicas (INPA) e consultor do GBB.

📲 Participe do canal do RealTime1 no Instagram

Protagonismo da ciência nacional

O GBB representa um marco na integração entre pesquisa científica e conservação ambiental. De acordo com Amely Martins, coordenadora do projeto pelo ICMBio, é a primeira vez que um órgão ambiental federal atua como cogestor de um consórcio de genômica. A iniciativa também busca aplicar tecnologias genéticas e genômicas de forma direta em estratégias de conservação.

A rede de pesquisadores do GBB já reúne mais de 300 cientistas de instituições nacionais e internacionais, como USP, UFPA, Fiocruz e Universidade de Oxford, no Reino Unido. O coordenador do consórcio pelo ITV, Alexandre Aleixo, destaca que o projeto rompe barreiras históricas, ao permitir que o Brasil produza conhecimento em grande escala sobre sua própria biodiversidade.

“É um avanço para a ciência brasileira, que antes dependia de laboratórios estrangeiros para estudos dessa magnitude”, observa Aleixo. Para Guilherme Oliveira, diretor científico do ITV Desenvolvimento Sustentável, o desafio agora é democratizar o acesso ao conhecimento e ampliar a formação de profissionais capacitados em genômica.

genômica,biodiversidade,GBB,ITV,ICMBio,COP30,bioeconomia,pirarucu,DNA ambiental,Amazônia

DNA ambiental e monitoramento

Entre as técnicas adotadas pelo GBB está o DNA Metabarcoding, também conhecido como eDNA, que permite identificar múltiplas espécies a partir de fragmentos genéticos presentes na água, no solo ou no ar.

O método, aplicado pelo Programa Monitora, do ICMBio, vem sendo testado em áreas como a Floresta Nacional do Tapajós (PA) e a Reserva Extrativista do Rio Cajari (AP).

A tecnologia fornece uma “fotografia genética” do ambiente sem capturar animais, acelerando a detecção de espécies invasoras e o acompanhamento de ecossistemas após eventos como incêndios. Os resultados, que antes levavam meses ou anos, agora podem ser obtidos em semanas.

Segundo Rodrigo Jorge, coordenador de Monitoramento da Biodiversidade do ICMBio, o eDNA amplia o alcance do monitoramento e oferece indicadores mais precisos sobre a presença ou ausência de espécies em determinada área. Os dados, acrescenta Guilherme Oliveira, poderão orientar políticas públicas e fortalecer cadeias produtivas mais seguras e sustentáveis.

Leia Mais:

Veja mais Notícias sobre Tecnologia

Publicidade


Sem Enrolação
Sem Enrolação

Conteúdo com dicas de tecnologia rápidas e diretas ao ponto!

Artigos: 1846

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *