Potencial inexplorado da Amazônia pode colocar Brasil na liderança da bioeconomia - Sem Enrolação

Potencial inexplorado da Amazônia pode colocar Brasil na liderança da bioeconomia

Potencial inexplorado da Amazônia pode colocar Brasil na liderança da bioeconomia

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O avanço das deep techs — startups com base em ciência de ponta — pode ganhar um novo epicentro: a floresta amazônica. A realização da COP30 em Belém reacende os debates sobre a importância da região, não apenas como patrimônio ambiental global, mas como base estratégica para a bioeconomia brasileira.

Especialistas destacam que, embora abrigue mais de 130 mil espécies de plantas, fungos e microrganismos, mais de 90% da biodiversidade da Amazônia ainda é inexplorada do ponto de vista científico. Compostos com propriedades terapêuticas e nutricionais já foram identificados em espécies nativas, evidenciando um potencial inestimável para o desenvolvimento de medicamentos, cosméticos e alimentos funcionais de alto valor agregado.

A nova fronteira tecnológica

Com o apoio de ferramentas como inteligência artificial, sequenciamento genético, bioensaios automatizados e nanotecnologia, startups brasileiras começam a explorar esse universo como “mineradoras biológicas”. A atuação das chamadas deep techs amazônicas promete reduzir o tempo entre a descoberta de uma molécula e sua aplicação comercial.

Projeções indicam que, com um esforço coordenado para mapear apenas 10% das espécies amazônicas, o Brasil poderia gerar até 26 mil novas patentes, fomentando a criação de empresas baseadas em conhecimento intensivo e com alto potencial de exportação tecnológica.

Enquanto isso, países como a China, com biodiversidade bem menor, já lideram o ranking de patentes em fitoterápicos e biotecnologia vegetal, com mais de 30 mil registros. O Brasil, que concentra mais de 15% da biodiversidade mundial, participa com menos de 0,5% das patentes farmacêuticas globais.

Desafios e oportunidades

A ausência de uma infraestrutura científica robusta e de políticas de proteção da propriedade intelectual contribui para um cenário preocupante de biopirataria. Mais de 2 mil patentes com base em ativos da Amazônia, como jaborandi, andiroba e copaíba, já foram registradas por instituições estrangeiras, sem contrapartidas para o Brasil ou populações tradicionais.

Com a COP30, especialistas defendem que o Brasil tem uma oportunidade histórica de virar esse jogo. A combinação entre investimento público, financiamento internacional e parceria com a indústria pode posicionar a Amazônia como o centro de uma nova economia baseada em inovação verde e conhecimento tradicional.

Estudos do World Resources Institute (WRI) e do Centro de Gestão e Estudos Estratégicos (CGEE) apontam que a bioeconomia pode representar até 15% do PIB nacional nas próximas duas décadas, se o país investir entre R$ 2 bilhões e R$ 10 bilhões em infraestrutura científica até 2035.

Empresas que dominam bioprocessos, cultivo celular e edição genética de precisão podem transformar ativos naturais da floresta em soluções de última geração — gerando valor econômico, promovendo a conservação ambiental e valorizando os saberes ancestrais das populações amazônicas.

Se houver vontade política e visão estratégica, a Amazônia pode deixar de ser apenas guardiã da natureza e se tornar protagonista da próxima revolução tecnológica global.

Fonte: IstoÉ Dinheiro

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