Nos últimos anos surgiram diversos avanços tecnológicos com potencial de tornar os smartphones obsoletos. Pesquisa em interfaces neurais, realidade aumentada vestível e IA vestível indicam uma mudança futura.
Este artigo explora inovações concretas com capacidade de substituir o uso dominante de celulares, seus benefícios, desafios e como essas tecnologias podem ser aproveitadas.
Como interfaces neurais poderiam eliminar a necessidade de telas físicas?
Interfaces neurais (brain‑computer interfaces, BCIs) gravam e decodificam sinais do cérebro para permitir controle direto de dispositivos. Elas podem em tese permitir digitar com o pensamento ou controlar sistemas sem uso de mãos ou telas.
De acordo com revisão recente, essas interfaces podem registrar ou estimular atividade cerebral para criar conexões entre cérebro e dispositivos externos, possibilitando comunicação sem intermediários físicos visíveis. “Neural interfaces são dispositivos eletrônicos colocados fora ou dentro do cérebro para registrar ou estimular atividade, permitindo uma comunicação direta entre cérebro e mundo externo”, afirma S. Xu, pesquisador em neurociência, conforme *Neural interfaces: Bridging the brain to the world beyond* (PMC, 2024). p. 4.
Meta Orion AR Glasses traz experiência visual imersiva com interface natural
O protótipo Orion da Meta é exemplo de realidade aumentada avançada com promessa de substituir funções principais do smartphone.
- Exibe conteúdo em hologramas sobre o mundo real
- Integra inteligência artificial para sugerir ações proativas
- Usa interface neural de pulso (wrist‑based) para capturar sinais do usuário
- Design leve, foco em estética e portabilidade
Apesar de ainda experimental, Orion demonstra como óculos AR podem ser plataforma primária de interação digital, liberando o bolso do usuário.
“Body Internet” da Purdue reimagina controle por pele e mente
Pesquisadores da Purdue University imaginam um futuro em que a pele ou o pensamento funcionem como interfaces de dispositivos.
- Uso da pele como superfície interativa para entrar dados ou ativar funções
- Comandos mentais para acionar dispositivos sem telas ou controles físicos
- Integração com sensores corporais que captam toques, deslocamentos ou gestos sutis
- Aplicações como pagamentos por toque, navegação e transferência de arquivos simplificadas
Essa abordagem reduz a dependência de hardware dedicado, usando partes do corpo como interface natural e sempre disponível.
EssilorLuxottica e Ray‑Ban evoluem óculos inteligentes com IA para uso contínuo
A parceria entre EssilorLuxottica e Meta no desenvolvimento de óculos com câmeras minúsculas e assistente de IA mostra caminhos reais rumo à substituição do celular.
- Câmeras embutidas para captar informações visuais do ambiente
- Assistente de IA para leitura de textos, tradução e notificações integradas
- Uso contínuo como dispositivo de computação ambiental, não carregado pelas mãos
- Desafios relativos a privacidade, bateria e aceitação estética

EssilorLuxottica aposta que esses óculos inteligentes serão o novo dispositivo central, assim como outros wearables, reduzindo o uso constante de smartphones. “Óculos inteligentes desenvolvidos com inteligência artificial ajudarão a substituir o smartphone no bolso dos consumidores”, afirma Francesco Milleri, CEO da EssilorLuxottica, conforme entrevista à *Financial Times*. p. 2.
Desafios técnicos e éticos para adoção de tecnologias substitutas
Mesmo promissoras, essas tecnologias enfrentam barreiras significativas antes de se tornarem parte do cotidiano.
- Duração de bateria insuficiente para uso contínuo de AR ou interfaces neurais
- Privacidade e segurança de dados sensoriais e neurais
- Conforto, usabilidade e design que agradem ao público em geral
- Custo elevado de produção e distribuição massiva
- Regulação de saúde, ética e impacto social
Somente com avanços nesses aspectos será possível ver uma transição real de celulares para dispositivos alternativos.
Perguntas Frequentes
Quando essa tecnologia pode se tornar comum no dia a dia?
É difícil prever com precisão, mas muitos especialistas afirmam que em 5‑10 anos veremos versões funcionais de AR glasses ou wearables neurais para consumidores. adoção dependerá também de custo‑benefício, regulação e aceitação social.
As interfaces neurais são seguras para uso pessoal contínuo?
Até agora, muitas BCIs são experimentais ou usadas em contextos médicos. Há preocupações com rejeição, efeitos adversos a longo prazo, interferência elétrica e privacidade de dados neurais.
Óculos AR poderão realizar tudo que um smartphone já faz?
Para algumas tarefas sim, como notificações, chamadas, tradução e interface de voz. Para outras, como edição complexa, jogos pesados ou produção de conteúdo, pode haver limitações técnicas ou de conforto.
Esse novo modelo será acessível a todos os públicos?
Provavelmente haverá desigualdades iniciais de acesso, com produtos caros nas primeiras versões. Políticas públicas, produção em escala e regulamentações terão papel importante para democratizar o uso.
Essas tecnologias não surgem da noite para o dia, mas representam o próximo passo natural da computação pessoal. Observar, testar e adotar versões iniciais pode preparar o caminho para um futuro sem celulares na mão.
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