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A edição 45 do relatório “Data Stories – Tecnologia + Humanidade”, divulgado em fevereiro de 2025 pela Kantar IBOPE Media, traça um retrato global das percepções sobre as novas tecnologias.
Em 37 países, 6 a cada 10 internautas manifestaram preocupação com o impacto da tecnologia nas relações humanas. Na América Latina, o índice é ainda mais alto: quase 70%.
No Brasil, por outro lado, cresce a adesão a ferramentas digitais e a expectativa por soluções inovadoras no cotidiano.
Brasil se destaca como entusiasta da inovação
O levantamento identificou que o público brasileiro é especialmente receptivo à incorporação da tecnologia no dia a dia.
De acordo com a pesquisa, 88% dos internautas do país dizem gostar de tecnologias que tornam a vida mais fácil, enquanto 53% valorizam que suas casas estejam equipadas com dispositivos modernos.
Outros dados mostram que: 46% dos brasileiros entrevistados usaram o ChatGPT nos últimos 30 dias, 33% afirmam esperar pelo dia em que o carro possa dirigir por conta própria e 56% reconhecem que a inteligência artificial já tem impacto direto em suas rotinas.
Os dados são parte do Target Group Index Global Quick View 2025, principal base de análise de comportamento de consumidores conectados no mundo.
BRICS lideram atenção às tendências tecnológicas
Países do BRICS, grupo formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, lideram o ranking de interesse por inovações tecnológicas, superando economias tradicionais como EUA e França.
Segundo o relatório, Brasil (70%), China (69%), Índia (68%), África do Sul (65%) e Rússia (63%) aparecem no topo da lista dos internautas que afirmam acompanhar os avanços tecnológicos.
Já Estados Unidos (58%) e França (57%) ficaram abaixo da média global. A diferença entre os países do BRICS e as economias ocidentais chega a mais de 10 pontos percentuais, revelando uma forte disposição dos mercados emergentes para absorver as novidades do setor.
A geração dos filhos da IA
O relatório marca também o nascimento simbólico da Geração Beta, jovens nascidos a partir de 2025, que crescerão em um mundo já atravessado pela inteligência artificial generativa. Para essa geração, discussões como “foi feito com ou sem IA?” poderão soar irrelevantes no futuro.
Segundo a pesquisa, essa geração não terá qualquer memória de um mundo anterior à presença cotidiana da IA, sendo influenciada desde cedo por algoritmos, automações e tecnologias preditivas.
Riscos percebidos e desafios futuros
Embora o entusiasmo pelas inovações seja alto, o relatório alerta para os efeitos colaterais do avanço tecnológico.
Em 37 países analisados, 60% dos consumidores conectados demonstraram receio de que a tecnologia esteja nos afastando da realidade concreta. A América Latina aparece como a região mais preocupada, com índices que se aproximam dos 70%.
A Kantar aponta que esse paradoxo, entre entusiasmo e receio, deve ser levado em conta por marcas, formuladores de políticas públicas e plataformas digitais ao desenvolverem estratégias de engajamento com a sociedade.
As discussões sobre IA e seus impactos ganharam novo fôlego com decisões recentes de gigantes da tecnologia em revisar suas políticas de monitoramento de conteúdo e privacidade.
Além disso, o lançamento do modelo chinês Deepseek abalou o mercado internacional, impactando ações de empresas tradicionais em mais de 1 trilhão de dólares.
Para a Kantar, essas transformações exigem um novo olhar sobre a relação entre tecnologia e humanidade, principalmente em tempos de hiperconectividade e automação.
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