A União Europeia está determinada a livrar-se da Microsoft. Poucas semanas depois de a Dinamarca e outros países terem confirmado que iriam abandonar o Windows e o Office, um novo país juntou-se à lista. A França confirmou que vai instalar o Linux e o software livre nos escritórios governamentais.
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França também quer deixar a Microsoft
A cidade francesa de Lyon anunciou uma estratégia de transformação para alcançar a soberania digital. O governo local implementará um plano de duas fases para reduzir a sua dependência das aplicações e serviços da Microsoft. A cidade vai substituir o Office e o Windows por Linux e software de produtividade gratuito.
Ao contrário da Alemanha e da Dinamarca, a cidade de Lyon não utilizará o LibreOffice. As autoridades optaram pelo OnlyOffice, um pacote de escritório desenvolvido na Letónia pela Ascensio Systems. A decisão foi uma surpresa, dado que a versão comercial do software foi proibida em vários países europeus devido aos laços da Ascensio com a Rússia.
Além do OnlyOffice, o governo de Lyon vai instalar uma distribuição Linux e utilizar o PostgreSQL nos seus sistemas e bases de dados. A transição para o software livre não acontecerá subitamente, uma vez que existem mais de 10.000 funcionários públicos. A terceira maior cidade de França seguirá um caminho semelhante ao da Alemanha e da Dinamarca, com um programa faseado que inclui formação de pessoal.
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Opção é adotar o Linux e software livre
Um pormenor nos planos de França e de outras cidades é o desenvolvimento das próprias aplicações. Lyon anunciou que vai criar um pacote colaborativo chamado "Territoire Numerique Ouvert" (Território Digital Aberto). Este pacote interoperável baseado em ferramentas de código aberto será utilizado para videochamadas e colaboração em escritórios. É semelhante ao Teams, mas sem depender da Microsoft.
A mudança para Linux e software livre em várias cidades europeias acontece no meio de preocupações com a soberania digital. A ascensão de Donald Trump ao poder e o comportamento das empresas tecnológicas em relação à gestão de dados obrigaram os governos a procurar alternativas. A União Europeia quer reduzir a dependência da Microsoft, sobretudo após a empresa ter bloqueado as contas de email de um juiz do Tribunal Penal Internacional.
Lyon é a cidade mais recente a adotar a estratégia de código aberto nos seus escritórios. A Polícia Francesa já opera a sua própria versão do Ubuntu, enquanto países como a Alemanha e a Dinamarca iniciaram a sua estratégia de adoção do Linux e do LibreOffice nos próximos três anos.
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