O Google, empresa líder em tecnologia, está atualmente experimentando uma nova função de busca nos Estados Unidos chamada Web Guide. Essa ferramenta visa organizar os resultados das buscas de maneira mais categorizada, utilizando a inteligência artificial (IA) como suporte. A proposta é facilitar a navegação dos usuários ao dividir os resultados em tópicos específicos, tornando mais intuitiva a obtenção de informações, especialmente em pesquisas mais amplas e abertas.
A Web Guide está sendo disponibilizada através do Search Labs, onde usuários podem decidir se desejam ativar ou desativar a função, retornando ao formato tradicional de resultados a qualquer momento. A introdução desta inovação é parte do esforço do Google em integrar tecnologias de IA generativa nos seus serviços principais, uma estratégia que visa otimizar o tempo de pesquisa dos usuários.
Como funciona o Web Guide?

O funcionamento do Web Guide envolve o desmembramento das pesquisas em diferentes categorias dentro da página de resultados. Por exemplo, ao buscar sobre “como viajar sozinho no Japão”, a ferramenta não apenas apresenta uma lista convencional de links, mas também agrupa os sites em categorias de utilidade. Esta classificação é feita por meio de uma versão customizada do Gemini, que analisa e divide os conteúdos em seções como “Guias completos para viajar sozinho” e “Experiências pessoais e dicas de outros viajantes”. Antes dos links, um resumo gerado por IA é exibido, preparado para atender até mesmo perguntas mais complexas. Graças ao uso avançado da IA, o Web Guide consegue adaptar de maneira dinâmica as categorias exibidas conforme o contexto das buscas, entregando assim uma experiência mais personalizada para diferentes tipos de dúvidas e necessidades dos usuários.
Quais são as implicações para criadores de conteúdo?
A introdução do Web Guide e outras ferramentas de IA pelo Google tem levantado preocupações entre criadores de conteúdo e veículos de imprensa. Essas mudanças podem impactar o tráfego dos sites, visto que mais respostas são proporcionadas diretamente na página de busca. Relatórios indicam que as chamadas Visões Gerais por IA estão reduzindo significativamente a taxa de cliques nos sites, o que afeta diretamente a receita gerada a partir de anúncios e visitas. Em particular, houve uma diminuição notável de 15% para 8% na taxa de cliques. Além disso, especialistas sugerem que esses impactos podem ser ainda maiores para nichos específicos, como notícias e blogs, que dependem fortemente do tráfego orgânico gerado pelos mecanismos de busca tradicionais.
O impacto na busca por informações
No Brasil, o impacto é igualmente significativo. Onde mais da metade da população já faz uso de ferramentas de IA generativa, os criadores de conteúdo têm registrado reduções expressivas, de até 40%, no tráfego orgânico de suas plataformas. Esta situação induziu entidades como a Associação Nacional de Jornais (ANJ) a procurar o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) para investigar possíveis efeitos anticompetitivos da big tech. Este cenário tem gerado debates sobre possíveis regulamentações específicas para garantir mais transparência e equidade no acesso às plataformas.
Qual é o futuro do uso de IA nas buscas?
A aposta do Google em IA na busca é uma resposta ao crescente interesse em tecnologias que possam economizar tempo e fornecer informações de forma direta e prática. Todavia, o desafio residirá em encontrar um equilíbrio entre conveniência para o usuário e sustentabilidade para os produtores de conteúdo. Assim, o Google continua a expandir suas ferramentas, como o Modo IA, que oferece respostas únicas no topo da busca, e novos experimentos, tal como “podcasts falsos” que leem resumos dos resultados. O futuro pode incluir a integração de assistentes conversacionais mais sofisticados, proporcionando uma interação ainda mais fluida entre usuários e resultados de pesquisa.
Como o Web Guide pode afetar o comportamento dos usuários nas buscas?

Com a implementação do Web Guide, usuários podem perceber mudanças no modo como interagem com os resultados das pesquisas. A categorização automática tende a direcionar o usuário para informações mais relevantes e específicas, reduzindo o tempo gasto em buscas repetitivas ou filtragem manual de conteúdos. Ao mesmo tempo, especialistas indicam que essa nova abordagem pode influenciar a forma como as pessoas avaliam fontes e aprofundam investigações, uma vez que a organização por tópicos pode priorizar determinadas perspectivas de acordo com a categorização feita pela IA, moldando o fluxo de acesso à informação em toda a internet. Além disso, usuários mais críticos podem precisar desenvolver novas habilidades para questionar e verificar os recortes proporcionados pela IA nas pesquisas.
Quais desafios técnicos o Google enfrenta ao implementar IA nas buscas?
A aplicação de IA generativa em sistemas de busca apresenta desafios significativos, tanto em precisão quanto em mitigação de vieses. Um dos grandes obstáculos é garantir que os resumos e agrupamentos sejam fiéis ao conteúdo original dos sites, evitando interpretações incorretas da IA. Além disso, o Google precisa constantemente ajustar seus algoritmos para reduzir a incidência de informações desatualizadas, respostas imprecisas e conteúdos manipulados por técnicas de SEO. Outro desafio relevante é a transparência: a empresa tem sido pressionada a explicar como as decisões automatizadas são tomadas na hora de exibir e organizar os resultados para garantir a confiabilidade do produto final. O Google também enfrenta desafios relacionados à escalabilidade, já que precisa atualizar e treinar seus modelos para cobrir idiomas e contextos culturais variados ao redor do mundo.
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